Originária do Douro, a casta Rabigato encontrou nas altitudes e encostas do Douro o ambiente ideal para se revelar com autenticidade. Durante séculos, foi confundida com outras variedades de nome semelhante — como a Rabo de Ovelha — mas hoje é reconhecida como uma das castas brancas mais distintivas da região.
Com cachos médios com tendência para grandes e bagos pequenos, de tonalidade verde-amarelada, o Rabigato destaca-se pela sua resistência à oxidação e notável capacidade de envelhecimento. A sua acidez firme, aliada a uma estrutura surpreendente, torna-a essencial nos lotes de brancos durienses e também uma casta de eleição em vinificações varietais.
No plano aromático, o Rabigato revela-se com elegância e precisão. Notas frescas de limão e lima, pontuadas ocasionalmente por toranja, cruzam-se com delicadas flores brancas como flor de laranjeira, jasmim e acácia. Em algumas expressões, surgem nuances vegetais — de alecrim, tomilho ou folhas verdes — e uma assinatura mineral muito própria: evocando pedra molhada, giz e traços terrosos que denunciam os solos xistosos do Douro.
Na boca, é fresco, direto e cheio de tensão. A acidez vibrante e o teor alcoólico equilibrado conferem-lhe uma presença marcante, ao mesmo tempo firme e subtil. A intensidade aromática é geralmente média, mas o tempo revela camadas de complexidade inesperadas — razão pela qual o seu potencial de envelhecimento é cada vez mais valorizado.
Na Kranemann Wine Estates, o Rabigato desempenha um papel essencial na definição do perfil da casa: vinhos minerais, equilibrados, com autenticidade do terroir e longevidade natural. Está, por isso, presente em todos os nossos vinhos brancos DOC: nos lotes das gamas Hasso e Quinta do Convento, tanto no colheita como Reserva, arrematando com edições limitadas do monovarietal Ponte do Fumo Rabigato, lançadas em anos de colheitas excecionais.